quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O que muda nas eleições de 2010 com a entrada das Redes Sociais?


A Prime Web vem se propondo a evangelizar as mudanças que irão ocorrer nas eleições de 2010 com a entrada das redes sociais. Seguindo a linha do serviço que oferece de Marketing Politico Digital, alguns artigos e videos serão lançados sobre o assunto para que mais e mais os eleitores e candidatos entendam o quão importante é estar interagindo com seu eleitor e vice versa. Essa será uma eleição historica que promete rever vários conceitos de democracia e liberdade de expressão que ainda não são bem exercidos no Brasil.



Como já é normal do mercado, alguns se sairão melhor e outros terão enormes surpresas com o poder das Redes Socias e dos eleitores que tem mais voz ativa agora. Abaixo segue 3 videos da ultima palestra do consultor de marketing digital da Prime Web, Oscar Ferreira, que fala um pouco sobre essas mudanças e mostra que o Efeito Obama não se deve somente a internet, na verdade ela foi apenas uma ferramenta.






Muito bom!

prime web.consulting



segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CINEMA - A dolorosa luta pela sobrevivência



O cineasta José Eduardo Belmonte é um amante das artes e das ciências humanas. Em seus trabalhos como diretor, é possível captar, por exemplo, citações às obras do filósofo Nietzsche, como o niilismo desesperançoso visto em “Subterrâneos” (2003), “A Concepção” (2005) e “Meu Mundo em Perigo” (2007), seus longas anteriores.

Em “Se Nada Mais der Certo” (2008), o quarto, e melhor, projeto de Belmonte – em cartaz no Cinemark Vitória –, há uma clara citação aos trabalhos dos artistas plásticos Francis Bacon e Edward Hopper.

No drama, há a presença dos traços surrealistas e esteticamente desfocados de Bacon e Hopper, em opções narrativas que servem para que o realizador revele o cotidiano de uma classe média-baixa em decadência. Na tela, aparecem seres “tragados” pela espiral de violência e drogas, em uma São Paulo opressora, que dita as leis de sobrevivência para seus habitantes.

Sob as lentes angustiadas de Belmonte, em que a câmera é inquieta, sempre focalizando o rosto – e as dores – dos personagens, a platéia acompanha a luta pela sobrevivência de pessoas que nasceram para viver uma existência de perdas.

Na trama, o cotidiano de Leo (Cauã Reymond), um jornalista desempregado, desiludido e sem dinheiro para pagar as contas. Seu caminho se colide com o de pessoas problemáticas.

Há a dependente química (Luiza Mariani) que sofre de bulimia nervosa e precisa criar o filho; uma lésbica andrógina que trabalha para traficantes (Caroline Abras); um travesti (Milhem Cortaz) que luta para não perder seu espaço no submundo; e um taxista que sofre por ter visto o pai se suicidar e teme ter a mesma sorte (João Miguel).

Loucura

Embalados pela música de Jimi Hendrix, em especial “Little Wing” – o jornalista, o taxista e a mulher que tenta agir como homem (em um estado de negação sobre suas fragilidades físicas e emocionais) partem para o mundo dos pequenos furtos. O resultado, quase sempre, é negativo, o que faz com que suas vidas retornem ao estado de inércia.

Em “Se Nada Mais der Certo”, Belmonte constrói com maestria uma espécie de ópera do caos urbano. Tecnicamente complexo – destaque para os cortes secos, as elipses metafóricas e a fotografia granulada, que serve para compor um universo de pesadelo – o filme chama a atenção pela perfeita direção de atores.

Cauã Reymond mostra-se maduro no papel do homem que desce ao inferno para conseguir sobreviver, algo antes impensável para um ator limitado em termos dramáticos. O filme, porém, é das mulheres. Luiza Mariani e Caroline Abras compõem uma dupla em fina sintonia.

A primeira é frágil e vive em estado de loucura. A outra, representa a força masculina em um corpo feminino, com todas as complexidades freudianas que o papel pode sugerir. Curiosamente, a personagem de Caroline se chama Marcin, espécie de analogia para Diadorim, a famosa personagem travestida de homem de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.


Gustavo Cheluje / A Gazeta (21/11/2009)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Em busca da estabilidade


Vem se tornando mais comum a cada dia no consultório: pessoas infelizes e angustiadas porque não conseguem atingir a estabilidade. Querem casar, querem descasar. Querem um emprego, não querem mais o emprego. Querem tudo, não querem coisa alguma. Enveredam em uma cruzada de matéria e anti-matéria e terminam se perdendo em um mundo de ansiedade cega e, porque não dizer, completamente burra.


Desabam em um penhasco de desânimo porque queriam finalmente chegar em um porto de estabilidade, um mar sereno de coisas tranquilas - mas este destino é como o fim do arco-íris: quanto mais você persegue, mais ele se distancia.

- Por que nada parece dar certo, doutor? - e chora.

Fico pensando. Ofereço um lenço ou um daqueles chapéus bicudos dos filmes americanos escrito "donkey"?

Tsc tsc. Nada dá certo? Um brinde a todas as outras oportunidades que podem dar certo! A estabilidade nunca chega? Um brinde enorme ao fato de que tudo muda! Até porque, se você é daqueles que acha que só será feliz quando atingir a estabilidade, deixe-me lhe dizer algumas coisas:

A cada 3 meses, 10% do seu esqueleto se renova. Isso significa que, daqui a uns 3 anos, esses ossos que você tem aí não estarão mais aí. Serão outros ossos. Esses que sustentam seu corpo enquanto você lê este texto, bom, esses ossos serão um esqueleto do passado, urinado pelo seus rins e excretado em outros sais minerais nas suas fezes.

Uma instabilidade contínua que se transforma em estabilidade cálcica e voilá!, você está andando. Andando e carregando por aí uma pele que se renova a cada 30 dias, nutrida pelo sangue instável, que é trocado a cada 120 dias mais ou menos.

Estabilidade?

Você está em um planeta que gira sobre seu próprio eixo mais rápido que a velocidade do som (1.669 km/h versus 1.200 km/h), enquanto brinca de pique correndo em torno do sol a inacreditáveis 100.000 km/h!

De passagem

A matéria que constitui os planetas e estrelas responde por menos de 5% de toda a matéria no universo. Esta mesma matéria foi configurada para formar você, um aglomerado de moléculas baseadas em carbono que irá durar (estatisticamente) menos de 1 século.

Dentro deste século, você experimentará a tristeza, a fome, o ódio, a inveja e a arrogância, mas também tocará e será tocado pela alegria, pela satisfação, pelo amor, pelo conhecimento e pela generosidade.

O animal que nós somos não durará muito. Dentro de 150 anos, quem ainda recordava de nossa passagem por aqui também terá desaparecido, e a imensa maioria voltará para o limbo de esquecimento onde sempre esteve. Onde está a estabilidade?

Você não gosta de seu emprego desgastante mas prefere continuar nele porque lhe dá estabilidade? Legal. Assim você vai poder contar com uma renda fixa quando precisar cuidar daqueles problemas de saúde causados pelo desgaste no serviço estável. O mesmo vale para alguns casamentos.

Outro filme

Afinal de contas, quem disse que você tem que ser apenas uma única coisa a vida inteira? Se um dia não puder exercer sua profissão ou tiver que colocar uma pedra sobre aquele relacionamento, encare como um conselho de que seu papel neste filme acabou e é hora de viver um novo papel em uma nova película, quiçá mais divertida, engrandecedora e construtiva.

E acima de tudo, jamais venda sua consciência e motivação em troca de estabilidade. Não permita que a busca pela felicidade ideal deixe seus olhos cegos para toda a beleza que existe à sua volta.

Viva apenas com o mínimo (saudável) de medo, aproveite cada fração de cada segundo respeitando alguns princípios legais. Encante-se! E seja tudo que você puder ser, considerando as limitações de sua carne - não adianta querer virar profissional da NBA tendo 1.60m de altura. Mas existem bilhões e bilhões de coisas que você pode fazer neste mundo. Faça-as ontem! Faça-as todas.

Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor e palestrante. Autor de, entre outros livros, "Para Além da Juventude - Guia para uma Maturidade Saudável" (Editora Leitura). Fale com ele pelo e-mail aloiola@brpress.net

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

La culpa de la víctima




Después de una agresión, hay ciertos miopes que culpan a la propia víctima por lo ocurrido. Si es una mujer que ha sido violada, alguien explica que su falda era muy corta o que se contoneaba con provocación. Si se trata de un asalto, los hay que sacan a relucir el llamativo bolso o los brillantes aretes que despertaron la codicia del delincuente. En caso de que se haya sido objeto de la represión política, entonces no faltaran quienes aleguen que la imprudencia ha sido la causante de tan “enérgica” respuesta. La víctima se siente -ante actitudes así- doblemente agredida.



Las decenas de ojos que vieron como a Orlando y a mí nos metieron a golpes en un auto, preferirían no testificar, sumándose así al bando del criminal.



El doctor que no levanta un acta de maltratos físicos porque ya ha sido advertido de que en este “caso” no debe quedar ningún documento probando las lesiones recibidas, está violando el juramento de Hipócrates y haciendo un guiño cómplice al culpable. A quienes les parece que debería haber más moretones y hasta fracturas para empezar a sentir compasión por el atacado, no sólo están cuantificando el dolor, sino que le están diciendo al agresor: “tienes que dejar más señales, tienes que ser más enérgico”.



Tampoco faltan los que siempre van a alegar que la propia víctima se autoinfligió las heridas, los que no quieren escuchar el grito o el lamento a su lado, pero lo resaltan y lo publican cuando ocurre a miles de kilómetros, bajo otra ideología, bajo otro gobierno. Son los mismos descreídos a los que les parece que la UMAP fue un divertido campamento para combinar la preparación militar y el trabajo en el campo. Esos que aún siguen creyendo que haber fusilado a tres hombres está justificado si de preservar el socialismo se trata y que cuando alguien golpea a un inconforme, es porque este último se lo buscó con sus críticas. Los eternos justificadores de la violencia no se convencen ante ninguna evidencia, ni siquiera ante las breves siglas E.P.D. sobre un mármol blanco. Para ellos, la víctima es la causante y el agresor un mero ejecutor de una lección debida, un simple corregidor de nuestras desviaciones.



Breve parte médico:


Estoy superando las lesiones físicas derivadas del secuestro del viernes pasado. Los moretones van cediendo y ahora mismo lo que más me molesta es un dolor punzante en la zona lumbar que me obliga a usar una muleta. Anoche fui al policlínico y me han puesto un tratamiento contra el dolor y la inflamación. Nada que mi juventud y mi buena salud no puedan superar. Afortunadamente, el golpe que me di cuando pusieron mi cara contra el piso del auto no ha afectado mi ojo, sino solamente el pómulo y las cejas. Espero estar recuperada en pocos días.



Gracias a los amigos y familiares que me han atendido y apoyado, se están desvaneciendo incluso las secuelas psíquicas, que son las más difíciles. Orlando y Claudia todavía están bajo el shock, pero son increíblemente fuertes y también lo lograrán. Ya hemos empezado a sonreír, que es la mejor medicina contra el maltrato. La terapia principal sigue siendo para mí este blog y los miles de temas que todavía me quedan por tocar en él.





Yoani Sánchez - Blogueira que foi sequestrada e agredida por fazer críticas ao governo cubano  http://www.desdecuba.com/generaciony/

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Comunicação Comunitária


Com o estudo da comunicação chegou-se a redefinir o conceito do que é popular. A palavra popular deixou de ser sinônimo de massa, passando a ter um novo contexto, consciência de classe.

Consciência que veio da insatisfação e das restrições à liberdade de expressão, como pode ser visto no filme “Como uma onda no ar”, de Helvécio Ratton.


O filme é baseado na história da Rádio Favela, de Belo Horizonte. Nele, é possível compreender o que leva uma sociedade a desejar um “grito de liberdade”. A história narra a luta de quatro jovens, que vivem em uma favela e que conseguem depois de muita dificuldade, criar uma rádio pirata. O sucesso da rádio, contudo, começa a incomodar tanto alguns moradores dos bairros vizinhos quanto a própria polícia, que tenta impedir que a rádio continue a existir.

Essa nova comunicação alternativa representa a voz do povo. É o povo falando para o próprio povo, sem interferências, sem ruídos, sem manipulação da elite na informação.

Para se entender o que é comunicação popular, é preciso antes de tudo saber o que é povo.

Luiz Wanderley em seu texto “Apontamentos sobre educação popular (1978), dá seis significados à palavra, são elas:

Em primeiro lugar, ele define povo como “aqueles que não tem recursos”. A segunda interpretação é de massa atomizada e desorganizada. Na terceira, ele define como “um conjunto de indivíduos iguais e com interesses comuns, que conflitam apenas por pequenas diferenças. Na quarta concepção, Wanderley identifica como povo “aqueles que lutam contra um colonizador estrangeiro”. Na quinta corrente, como “as classes subalternas, em oposição às dominantes. Na sexta e última, como “um conceito dinâmico, aberto, conflitivo e, portanto, histórico, encerrando uma rica negatividade”.

Peruzzo levanta a discussão de que a luta da comunicação popular não é ir contra a burguesia, mas em favor da população.

A comunicação popular e os meios massivos não devem contrapor entre si, mas trabalhar de forma complementar.

A mídia massiva é importante principalmente para o entretenimento e informação da população. Já a comunicação popular tem a função da dar voz ao povo.

Para Peruzzo “As críticas, em essência, apontam que, enquanto fenômenos, os dois tipos de comunicação estão midializados pela cultura e por isso não podem ser avaliados como instrumentalizadas, onipotentes, isoladas, nem opostas”.

Comunicação participativa

A comunicação para ser popular precisa ser participativa, por isso, é preciso que várias pessoas participem da organização e produção do conteúdo a ser noticiado. Mas o que normalmente acontece é de serem produzidos por poucos e estes fazerem suas próprias interpretações das necessidades da comunidade e acabar divulgando somente aquilo que acham importante, sem saber a real necessidade dos receptores em questão.

Por isso, Peruzzo diz que nem sempre a comunicação popular é sinônimo de democracia.


Priscila Damasceno - 7º período de Jornalismo
Artigo produzido para a disciplina de Comunicação Comunitária - prof. Ricardo Nespoli

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Estudar é uma obrigação. Evoluir, consequência


Eu demorei, mas aprendi que criticar diretamente não é a melhor forma para se cativar as pessoas. Ainda estou tentando praticar de forma mais eficaz, é difícil, muito difícil, mas funciona. Contudo, existem situações onde a crítica é inevitável. Infelizmente esses momentos existem e nós precisamos estar sempre preparados para eles ? tanto para criticar quanto para receber uma crítica. Mas fazer uma crítica sem motivo ou razão e, principalmente, sem um conhecimento sólido que dê credibilidade a ela, é, no melhor dos casos, desprezível.
O pior é que ultimamente, com tanta mídia gratuita por aí, eu tenho notado muita gente se empolgando e embarcando na onda de "crítico matador", e simplesmente querendo fazer o papel do grande sábio e conhecedor de todos os assuntos, criticando a tudo e a todos sem o menor pudor ? e na maioria das vezes, sem a menor autoridade para tal.

Alguns pensam que girando a metralhadora e disparando críticas para todos os lados serão mais respeitados, ou sair logo criticando com todas as forças algo novo e recém lançado é um grande negócio para auto-promoção, e até mesmo que a crítica é a melhor forma de "falar que sabe tudo do assunto".

Mas, assim como a síndrome do seniorismo, onde muita gente se tornou consultor senior de negócios após um ano de estágio, a síndrome do criticismo está se alastrando rapidamente. Hoje em dia todo mundo acha bonito criticar, todo mundo acha bonito falar mal, chamar o código alheio de porcaria (adoraram fazer isso com o twitter, recentemente) e por aí vai. E o pior, o que está alimentando essa nova síndrome é o comportamento da maioria que tem respeitado e tem até sentido uma pontinha de medo de quem adora criticar tanto.

É muito fácil criticar, aliás, qualquer um pode criticar, condenar e queixar-se ? e a maioria dos idiotas faz isso. Por vezes é muito mais simples e não requer esforço e nem conhecimento, basta disparar qualquer asneira e pronto. HEY, pessoal, acordem!

(...)

Eu não quero que este isso seja visto como uma crítica aos críticos, não é. De certa forma estou usando este espaço e escrevendo sobre isso exatamente pois tenho visto que muitos amigos e pessoas próximas com as quais tenho contato estão sofrendo da tal síndrome do criticismo. E isso é muito mais do que simplesmente chato, é frustrante.

A intenção é dar uma dica: estudem; estudem, ESTUDEM SEMPRE! Saibam ser humildes, tenham respeito pelo próximo e aprendam a admirar o trabalhos dos outros. Você será verdadeiramente respeitado e admirado ao dizer "- Parabéns pela sua implementação, sua idéia para resolver aquele problema foi ótima", muito mais do que criticando sem conhecer por pura falta de vontade e empenho em aprender; criticar de forma irresponsável somente vai trazer respeito e admiração de outros irresponsáveis e alienados.

(...)

Responsabilidade, humildade e maturidade devem estar sempre juntas para te ajudar a manter-se em seu lugar e saber quando e como expor a sua opinião.

Paulo César M. Jeveaux - fundador e diretor na Giran Soluções e Ensino

Twitter é rede de informação. E não mídia social


A afirmação é de Biz Stone, cofundador do site de microblog. Ele fez a declaração no dia em que Google e Bing fecharam acordo com a empresa para incrementar busca.

Biz Stone, um dos fundadores do Twitter, comemorou no Brasil o acerto de acordos assinados com duas grandes marcas do mundo digital: Google e Microsoft. Convidado pelo Grupo TV1 para se apresentar no segundo encontro Agenda do Futuro, realizado na noite desta quarta-feira, 22, ele deu os toques finais na negociação em São Paulo - e o anúncio foi feito nos Estados Unidos.

Com os acordos, os tweets (as mensagens de 140 caracteres) passam a constar das buscas feitas no Google ou no Bing, o sistema da Microsoft. Se alguém postar uma notícia a respeito de um evento em uma cidade, por exemplo, a informação entra na lista de resultados dos serviços. "Os acordos permitem uma busca melhor no Twitter. O search do Twitter só nos dá os últimos updates. Agora, com o Google e o Bing, que dominam o conhecimento da busca, o usuário poderá fazer uma pesquisa com maior valor", explicou Stone.

Assinar esse acordo reforça a filosofia do Twitter, que é a troca de informações, conforme salientou o cofundador. Em encontro com jornalistas antes de sua apresentação no evento da TV1, Stone comentou que procura manter uma relação aberta com todas as companhias possíveis, sejam elas de search, rede social, redes móveis ou redes de TV, com quem já teve algumas experiências nos Estados Unidos.

Nesse encontro, Stone reforçou palavras ditas durante o Festival de Cannes deste ano. Na ocasião, ao ser confrontado com comparações com o Facebook, ele afirmou que não via o Twitter como uma rede social, pois teria um papel mais complementar do que o site de Mark Zuckerberg. Em São Paulo, ele fez questão de enfatizar seu posicionamento. "Nós não nos consideramos uma rede social. Somos uma rede de informação". Isso porque os usuários continuamente reportam não apenas o que estão fazendo, mas o que está acontecendo ao seu redor, relatando de terremotos a protestos, entre outros temas que logo repercutem no mundo digital.

Também relembrando o que dissera em Cannes, quando avisou que começaria a ganhar dinheiro neste ano, Stone contou que passará a fazer receita em 2009, mas que não necessariamente será uma empresa lucrativa. Ele esclareceu que a companhia dedicou tempo e dinheiro para criar o "modelo de receita correto" para o Twitter. Como eles precisavam iniciar com algo, eles já deram largada em alguns experimentos.

"O primeiro projeto provavelmente será o de contas comerciais", afirmou. Isso significa serviços em que as companhias poderão medir seu sucesso no site de microblog - até o final do ano esse projeto deverá ficar pronto. "Há diversas corporações que utilizam o Twitter hoje, em uma atividade híbrida entre o marketing e o serviço de atendimento ao consumidor. Queremos fornecer um serviço adicional às companhias. Para que elas possam se tornar melhores twitters e seus seguidores possam ter uma melhor experiência. E, claro, para que o Twitter possa ganhar algum dinheiro".

No encontro Agenda do Futuro, que contou com 300 pessoas, Stone destacou alguns dos atributos que fizeram o Twitter crescer e conquistar tantos usuários (são mais de 44 milhões de cadastros, segundo dados de setembro). Além de contar como o site surgiu, o cofundador afirmou que a criatividade é uma fonte renovável e que é uma forma de superar obstáculos que antes pareciam intransponíveis.

Diversão

Um valor do Twitter, de acordo com Stone, é o humor. Isso ele provou contando a reação de outro fundador, Evan Williams, às críticas feitas ao site. Uma delas é que o site é divertido, porém não tem utilidade. A resposta de Williams foi "assim como o sorvete". Entre risos da platéia, Stone disse que eles vão continuar com a marca do humor.

Mas Stone voltou a ressaltar a posicionar o Twitter como um importante instrumento para compartilhar informação. Um exemplo dado para comprovar o poder que o site tem foi o de um estudante americano que esteve no Egito para participar de um protesto. Preso, ele postou uma mensagem no Twitter via celular: "arrested". Como as pessoas sabiam onde ele estava e o que tinha ido fazer, seus seguidores se mobilizaram e, algum tempo depois, ele enviou o recado que estava livre.

Com isso, Stone salientou que o Twitter não se trata de um triunfo da tecnologia, e sim da humanidade. Essa postura o leva a acreditar que o site tem um bom futuro pela frente. "Não acho que o que importa é quanto a tecnologia se desenvolveu. Tudo está relacionado com o quanto as pessoas se conectam às outras. Isso nós estimulamos".

Por outro lado, ele deposita grandes expectativas em relação ao mobile. Na conversa com os jornalistas, Stone reportou que há um crescimento expressivo do Twitter pelos celulares. No momento, o uso pelo site está estabilizado entre os norte-americanos, mas os acessos fora dos Estados Unidos vêm aumentando. Também cresce a utilização de aplicativos ligados ao microblog.

Solicitado na conversa com jornalistas a se definir em 140 caracteres, Stone respondeu que ficaria com apenas uma palavra: artista. Foi desse modo, como artista, que ele começou sua carreira. O desenho do passarinho que representa o site é dele. Mas o da baleia, não. Para quem não sabe, a baleia surge carregada por passarinhos quando o serviço trava em função do volume intenso de acessos ou dos problemas técnicos, fantasma que ainda persegue o Twitter, embora Stone diga que as pessoas têm visto um número menor de baleias ultimamente.

Lena Castellón m&m online